segunda-feira, 29 de abril de 2013

Entenda o bê-a-bá da Pós-Graduação

A seguir leia algumas informações que você precisa saber sobre o mundo acadêmico:


Os cursos de pós-graduação podem ser divididos em dois grandes grupos.

No primeiro estão os cursos stricto sensu ("sentido restrito") - mestrado, doutorado e mestrado profissional -, que precisam passar pela avaliação da Capes para ter validade. Ao concluir um curso stricto sensu, o estudante recebe um diploma acadêmico que lhe garante o título de mestre ou doutor. Neste caso, o objetivo é aprofundar o máximo possível o nível de conhecimento num ramo específico.

No segundo grupo estão aqueles classificados como lato sensu (expressão latina que quer dizer "amplo sentido"). São os cursos de especialização e o MBA. Ambos precisam da autorização do MEC para ter validade e conferem um certificado no fim do curso. O objetivo é ampliar os conhecimentos do aluno em uma determinada área.

Na pós-graduação, a palavra "curso" refere-se a certa modalidade de ensino, ou seja, mestrado, doutorado, especialização. Já "programa" diz respeito ao tema estudado durante a pós. Tendo em mente essa diferença, conheça as características de cada um e descubra a opção que melhor corresponde aos seus objetivos.


Cursos stricto sensu

Mestrado

No Brasil, o Mestrado equivale ao título MASTER OF SCIENCE, dado pelas universidades americanas.

O curso forma professores para lecionar tanto no ensino superior como no médio. Aprimora os conhecimentos obtidos durante a graduação de um tema específico, dentro das fronteiras de uma área de conhecimento. Para ter validade, é preciso que esse curso seja recomendado pela Capes. Ao final, o aluno obtém o título de mestre.

QUEM PODE FAZER - Qualquer pessoa que tenha diploma de curso superior. Em alguns programas é preciso que o bacharel seja graduado na área em que pretende estudar.

SELEÇÃO - Os critérios mudam de uma instituição para outra. Em geral, são feitas a análise de currículo e entrevista. O estudante também deve fazer provas de conhecimentos gerais, específicos e de inglês ou outra língua estrangeira. Em algumas instituições, pede-se a apresentação de um projeto de pesquisa. 

DURAÇÃO - Em geral, entre dois e três anos.

TRABALHO DE CONCLUSÃO - É preciso apresentar uma dissertação perante uma banca examinadora.

- Abreviatura em português: Me (mestre), Ma (mestra).



Mestrado profissional

Esse tipo de curso, ministrado obrigatoriamente em escola avaliada e reconhecida pela Capes, oferece estudos e técnicas diretamente voltados para o desempenho de um alto nível de qualificação profissional. Confere título de mestre.

QUEM PODE FAZER - Qualquer pessoa que tenha diploma de graduação correspondente à da área do mestrado.

SELEÇÃO - Provas sobre o tema a ser estudado no programa. O candidato também deve passar num teste de avaliação de língua estrangeira, dentro do leque de opções oferecidas pela instituição. Algumas escolas ainda fazem entrevista e análise de currículo.

DURAÇÃO - Em média, o curso leva dois anos e meio.

TRABALHO DE CONCLUSÃO - Dissertação, que deverá ser defendida diante de banca examinadora.



Doutorado


Os programas de doutorado abordam os temas com mais profundidade e complexidade. São, portanto, mais indicados para quem quer seguir a carreira de pesquisador ou dar aulas em cursos de nível superior. A escola precisa ser credenciada pela Capes. Ao final, o aluno obtém o título de doutor.

QUEM PODE FAZER - O doutorado, em geral, é feito por pessoas que já concluíram o mestrado. Há, porém, exceções. Alguns programas admitem que graduados tentem fazer o doutorado diretamente - isso se seu trabalho tiver profundidade para tal.

SELEÇÃO - Prova, análise de currículo, proficiência em pelo menos dois idiomas estrangeiros e entrevista. Em algumas escolas, também é avaliada a dissertação defendida na conclusão do mestrado. 

DURAÇÃO - Em geral, é feito num prazo que vai de quatro a cinco anos (três a quatro em nosso caso).

TRABALHO DE CONCLUSÃO - Exige-se a apresentação de tese ou monografia sobre um tema considerado inédito. O doutorando precisa defendê-la diante de uma banca examinadora.

- Abreviatura em português: Dr. (doutor), Drª (doutora);
- Abreviatura em inglês: PhD.

Pós-doutorado

Tem como maior objetivo a atualização e a abertura de novas linhas de pesquisa para doutores. Em geral, funciona como uma complementação do doutorado. De acordo com a Capes, não há legislação para esse nível de ensino.

QUEM PODE FAZER - Pessoas que já tenham o título de doutor.

SELEÇÃO - O aluno procura um professor como orientador, numa universidade de seu interesse, e cria um plano de estudos. Ele pode optar por dar seqüência à pesquisa apresentada no doutorado ou aprofundar os conhecimentos em outro tema. A universidade avalia o projeto e decide se o aceita ou não. Em muitos casos, o aluno procura o orientador apenas com uma ideia inicial e recebe apoio desse professor para estabelecer as linhas principais da pesquisa.

DURAÇÃO - Em média, leva um ano, mas há exceções à regra, podendo variar de uma instituição para outra.

TRABALHO DE CONCLUSÃO - Pode ser um relatório de pesquisa, um artigo científico, um livro ou o aperfeiçoamento de um produto ou tecnologia. Em qualquer caso, o trabalho deve estar conectado à área de estudo já explorada. Nesse caso, não há banca examinadora.

O que é PhD?

É um título conferido nos países de língua inglesa para quem defende uma tese. É a abreviatura inglesa para Philosophy Doctor ou no original, PHILOSOPHIAE DOCTOR (Doutor em Filosofia), ou seja, a pessoa é doutora na filosofia do tema abordado em sua tese. O PhD designa qualquer espécie de doutor, do sociólogo ao professor de grego. Mas em algumas áreas não-humanistas usam-se outras siglas, como por exemplo, MD (Medicine Doctor), isto é, Doutor em Medicina. Para obter este título, é necessário cumprir uma série de requisitos.

Obrigatoriamente o candidato deve ter fluência em inglês e preferencialmente em outras línguas, além do português. O título exige muito trabalho e enormes exigências a serem preenchidas para receber a tão cobiçada carta de instituições como Harvard, Chicago, MIT, Stanford, Columbia e etc. O PhD certifica a habilidade de realizar pesquisa independente.

Doutor Honoris Causa

É um título dado por universidades à personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.


Cursos lato sensu

Especialização

Indicado para quem quer aprofundar os conhecimentos numa área específica. No fim do programa, o aluno obtém apenas um certificado.

QUEM PODE FAZER - Na maior parte dos programas existentes no Brasil, exige-se apenas o diploma da graduação em qualquer área. A principal exceção são os programas em Medicina, em que o candidato tem de apresentar o diploma de bacharel na área médica.

SELEÇÃO: - Análise de currículo e entrevista. Em algumas escolas, o interessado deve fazer também uma prova específica e apresentar uma carta que explique o interesse pelo programa. 

DURAÇÃO - O MEC reconhece como válidos somente os programas que tenham, pelo menos, 360 horas-aula.

TRABALHO DE CONCLUSÃO - Apresentação de uma monografia. Na maior parte das instituições, não há banca examinadora.

- Abreviatura em português: Esp.


MBA

O Master in Business Administration (MBA), ou Mestrado em Administração de Negócios, é a especialização mais procurada por quem atua na área executiva. O objetivo é aperfeiçoar os conhecimentos dos interessados para que ocupem cargos de gerência dentro de uma empresa. 

QUEM PODE FAZER - Profissionais com diploma de graduação em qualquer área. Em alguns programas, exigem-se também fluência em inglês e experiência profissional na área administrativa.

SELEÇÃO - Em geral, é feita com base na análise de currículo. O candidato também precisa fazer provas de conhecimentos gerais, inglês e ainda passar por uma entrevista. Eventualmente é exigida uma carta de recomendação.

DURAÇÃO - Como nos programas de especialização, são exigidas 360 horas-aula, no mínimo.

TRABALHO DE CONCLUSÃO - A maioria exige a apresentação de uma monografia, sem banca examinadora.


Com o aval da Capes 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é o órgão do MEC responsável por avaliar os cursos de mestrado e doutorado do país. Somente após passar por esse crivo uma instituição de ensino pode emitir diploma com validade nacional.

A cada três anos, um grupo formado por quase 600 professores universitários e pesquisadores se reúne em Brasília, durante um mês, para executar esse trabalho. Cada programa é analisado individualmente e pode receber conceitos que variam de 1 a 7 ( ver quadro na pág. ao lado). Apenas os que conseguirem nota acima de 3 ganham o reconhecimento da entidade. Três fatores são considerados determinantes na avaliação: número de doutores que lecionam no curso avaliado, volume da produção científica dos docentes e a publicação dessas pesquisas em revistas científicas, periódicos — internacionais de preferência — ou livros.


Bolsas

Bolsa-sanduíche

Uma possibilidade que pode ser interessante, oferecida tanto pela Capes quanto pelo CNPq, é o estágio doutoral, também conhecido como "bolsa-sanduíche". Ele se destina a estudantes que cursam doutorado no Brasil e desejam fazer uma completação dos estudos no exterior, durante um período que pode variar de quatro meses a um ano.

Para candidatar-se à bolsa-sanduíche, é necessário ter cumprido já 70% dos créditos e ter fluência no idioma do país escolhido. Se contemplado, o estudante terá direito à passagem aérea para si próprio (e para seu primeiro dependente, desde que a permanência no exterior supere o período de seis meses ininterruptos). No caso de bolsa-sanduíche para pós-doutorado, oferecida pela Capes, o período de permanência varia de um a 12 meses.

A bolsa-sanduíche, de modo geral, pode também incluir outras facilidades. O estudante tem a possibilidade de receber uma quantia correspondente ao valor mensal da bolsa para cobrir seguro-saúde, gastos com instalação, uso de equipamentos e infra-estrutura (por exemplo, bibliotecas, laboratórios, acesso à internet etc) e outras despesas necessárias ao desenvolvimento de suas atividades acadêmicas.

É importante, na hora da inscrição, consultar a instituição escolhida para saber se ela oferece auxílio desse tipo - e como funciona. Tudo isso pesa na balança no momento em que se faz as contas dos custos e benefícios de uma pós no exterior.


Órgãos federais

A Capes e o CNPq são os dois órgãos federais que concedem bolsas para mestrado, doutorado e pós-doutorado. Para isso, a instituição de ensino escolhida pelo aluno precisa ser cadastrada em uma dessas entidades e oferecer programas com conceitos acima de 3.

VALOR MENSAL - Os benefícios são bem parecidos nos dois órgãos. Em agosto de 2004, a bolsa de mestrado (24 meses) era aproximadamente 900 reais mensais; a de doutorado (48 meses), 1,3 mil; e a de pós-doutorado (12 meses), 2,2 mil por mês.

PRÉ-REQUISITOS - O aluno precisa dedicar-se ao programa em período integral e não possuir outra bolsa ou vínculo empregatício. As exceções são para quem atua nas áreas de educação e saúde coletiva. Nesses casos, o aluno pode afastar-se do trabalho sem deixar de receber o salário, mas o valor que consta no holerite tem de ser inferior ao da bolsa de estudos. Assim, o montante que receberá do órgão federal será o correspondente apenas ao complemento do salário, para se igualar ao pagamento dos demais bolsistas. Por exemplo: se a pessoa ganha 700 reais e sua intenção é fazer mestrado, o valor máximo que ele poderá receber pela bolsa é 200 reais, que, somados, completam os 900 reais dos outros contemplados que não têm emprego. No CNPq, o estudante que comprovar dificuldade financeira, por estudar em cidade diferente da que vive, pode solicitar dedicação parcial à pesquisa.

PARA CANDIDATAR-SE - A primeira exigência é que o aluno já esteja matriculado num curso stricto sensu. O processo de seleção envolve, na maioria das vezes, prova escrita, fluência em idioma estrangeiro, análise de currículo, entrevista e a apresentação de um projeto de pesquisa.

RENOVAÇÃO - A bolsa de mestrado é concedida por 12 meses e pode ser renovada até atingir 24 meses. Para o doutorado são 48 meses e para pós-doutorado, geralmente, 12. A renovação depende, entre outros fatores, do desempenho do aluno.

Para saber mais - Acesse os sites www.capes.gov.br e www.cnpq.br.


Os professores pesquisadores podem ser...


+ PROFESSOR TITULAR: como pré-requisito tem que possuir o título de doutor


+ PROFESSOR ADJUNTO: deve possuir o título de mestre ou doutor.


+ PROFESSOR ASSISTENTE: deve possuir, no mínimo, o título de mestre.


+ PROFESSOR AUXILIAR: deve ter o título de especialista ou, no mínimo, estar cursando mestrado.


+ PROFESSOR VISITANTE: professor de outra instituição de Ensino Superior, nacional ou estrangeira, que se propõe a fazer determinados estudos, prontificando-se, em colaboração, a ajudar na execução de parte de um programa ou dar cursos de extensão referentes à sua especialidade.


+ PROFESSOR CONVIDADO: Professor renomado, que seria convidado por determinado tempo a fim de orientar pesquisas ou ministrar cursos regulares ou especiais, assistidos por professores titulares, adjuntos e assistentes.


Fontes:

Didática do Ensino Superior (Jane Rangel Alves Barbosa)
Texto adaptado do Guia do Estudante Pós-Graduação & MBA 2005 (Editora Abril)

Acesso: http://www.combase.educ.ufrn.br/b_a_ba.htm

LEI Nº 12.605, DE 3 DE ABRIL DE 2012 - Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas.

Presidenta e bacharela

Autor(es): Alessandra Duarte
O Globo - 14/04/2012

Diplomas terão de flexionar o gênero segundo o sexo no governo da primeira mulher presidente, chamada de "presidenta" nos textos do Planalto, mulheres que se formarem em Engenharia ou Biologia, por exemplo, podem agora exigir: o diploma tem de vir não só com a palavra "engenheira" ou "bióloga", mas também com "bacharela". 

Projeto de lei que consumiu cinco anos de tramitação no Senado, mais outros dois na Câmara, e que acaba de ser sancionado por Dilma Rousseff, determina que instituições de ensino públicas e privadas passem a emitir diplomas e certificados com "flexão de gênero correspondente ao sexo" do diplomado, "ao designar a profissão e o grau". Para acadêmicos e linguistas, porém, a mudança é inócua, além de confundir o título - de bacharel, mestre ou doutor, por exemplo - com o tratamento à pessoa. 

De número 12.605, a lei, de 3 de abril, veio de um projeto de lei de 2005 da então senadora petista Serys Slhessarenko. O texto também determina que quem já se formou pode requerer outro diploma "com a devida correção". 

- É uma perda de tempo e esforço - diz a escritora Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). - Não estou falando como presidente da ABL, mas como autora. O país tem outras prioridades. Se o objetivo era igualdade de gênero, que se construam creches, para que as mulheres possam trabalhar e ter independência econômica. Que sejam então proibidos nomes como Juraci e Alcione, que a gente nunca sabe se é homem ou mulher. Além de ter efeito discutível, a mudança é um erro, avalia o acadêmico Evanildo Bechara, do setor de Lexicografia e Lexicologia da ABL: - A lei confunde título com tratamento. Os certificados e diplomas concedem o título de doutor. Na hora em que você vai tratar o diplomado, é que muda o tratamento para doutor ou doutora conforme o sexo. Dizer que um diploma concede título de mestra é erro de redação. A culpa nem é da presidente, a ideia veio do Congresso; mas faltou orientação a ela. Além disso, nos regimes democráticos os governos não interferem na língua. Quem fez isso foi Mussolini. - Gênero não tem a ver com sexo - afirma o professor de Língua Portuguesa Sérgio Nogueira. - Não é machismo; a forma masculina, na norma da língua, é neutra. "Todos os presentes no local" não se refere só a homens. Machismo não está na palavra, está na mente da pessoa. Ontem, antes de embarcar para a Colômbia, onde participa da 6 Cúpula das Américas, Dilma esteve com o ex-presidente Lula por três horas, no escritório da Presidência em São Paulo.


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Lei obriga que palavras 'bacharela' e 'mestra' sejam usadas em diplomas

Agora é lei: as palavras “bacharela” e “mestra”, que para muitos, soam de forma esquisita vão aparecer em diplomas e certificados escolares das estudantes. As que já têm diploma e que quiserem podem pedir um novo à faculdade com a mudança, como, por exemplo, bacharela em administração.

Bacharela, feminino de bacharel, aquele que concluiu o Ensino Superior, e mestra, de quem tem mestrado, estão no dicionário e já rodam nas gráficas que imprimem diplomas. Variações mais comuns, como médica, engenheira e arquiteta não eram adotadas pelas instituições de ensino e também viraram obrigatórias.

A mudança trouxe mais custo e mais trabalho para uma universidade que, em um mês, já emitiu dois mil diplomas com a nova regra. “Essa modificação vem trazer para nós um novo cenário, uma nova forma de contemplar as profissões tanto do ponto de vista masculino como do ponto de vista feminino”, declara Wilson Amaral Filho, chefe de gabinete da Reitoria.

A lei foi assinada pela presidente Dilma, que prefere ser chamada de presidenta e usa o termo em documentos oficiais. “Já falavam: brasileiros e brasileiras, companheiras e companheiros. É talvez uma forma de demarcar que a mulher, de fato, esta fazendo parte da sociedade”, comenta a linguista Lilian Passarelli.

Hoje, no Ensino Superior, são 900 mil mulheres a mais do que homens. “Não vai mudar em nada. A formação vai ser a mesma só que agora é bacharela”, declara Jessica de Paula Alves. “É um respeito a mais para a mulher. Eu me sinto mais incluída por ser bacharela”, opina a estudante Iara Tomitch.

Agora, se a lei vai pegar na língua falada, não são os números que decidem.

A língua é sempre primeiro processo dinâmico. Os usuários é que vão determinando na realidade se a língua se modifica ou não se modifica. “É o uso que vai dizer se as pessoas vão dizer, se as mulheres vão dizer ‘eu sou bacharela em direito’ ou ‘bacharel em direito’. É a própria falante que vai dizer isso. Ainda que você tenha um documento do lado apontando essa definição”, ressalta o professor de linguística Ronaldo Batista.

Fonte: 

MESTRE (Me.)/MESTRA (Ma.) OU SOU MANUSCRITO (Ms.)?

TÓPICO GRAMATICAL - 2ª EDIÇÃO: SOU MESTRE (Me.)/MESTRA (Ma.) OU SOU MANUSCRITO (Ms.)?


BY ELISANDRO FÉLIX DE LIMA

Não é incomum, em discriminação abreviada dos títulos de formação pós-universitária, ver que a pessoa é “Ms. em Educação”, “Ms. em Ciência da Computação”, “Ms. em Historiografia” etc. Mas, será que usar “Ms.” para abreviatura de mestre é o correto?

Antes de responder, vejamos o que é o VOLP e o que é a ABL.

O VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) é editado pela ABL (Academia Brasileira de Letras), entidade que tem delegação legal para listar oficialmente os vocábulos existentes em português, bem como fornecer seu gênero, grafia e modo de pronúncia.

E, é segundo a ABL que a abreviatura “Ms.” refere-se a (manuscrito), enquanto que, Mestre abrevia-se “M.e”, e Mestra “M.ª”).

Então, por que muitos ainda insistem em abreviar mestre com “Ms.”?

A hipótese mais concreta é a seguinte: Em inglês “Master of Science” (Mestre em Ciências) tem como abreviatura (Msc). Alguns pensam que o “M” e o “S” referem-se a Mestre em Inglês. Se for assim, o que diríamos sobre o “C”, se a palavra ciência é traduzida por Science? Nota-se que a abreviatura em inglês se completa assim: “M”: Master + “sc”: Science = Master of Science.

Perceberam a complicação?

“Ms.” não é a abreviação de mestre em Inglês, nem muito menos de mestre na Língua de Camões. “Msc” é a abreviação de “Master of Science” (Mestre em Ciências). Portanto, aqui no Brasil, abrevia-se: Mestre (M.e), Mestra (M.ª) e Manuscrito (Ms.).

COSTA, José Maria da. Manual de Redação Profissional. 3. ed. Campinas: Millennium, 2007.

CORREIA, Wilson. Qual é mesmo a abreviatura de Mestre?. Disponível em: >. Acesso em: 20 mar. 2011.




ELISANDRO FÉLIX DE LIMA é formado em Letras pela UNESC – Faculdades Integradas de Cacoal, Pós-Graduando em Gramática Normativa da Língua Portuguesa, prof. Tutor em Cursos a distância pela UNISA e Revisor Textual.